Uma visita pra trazer inspiração!
Foi neste último sábado, dia 22 de outubro, que a turma da Pós graduação em Moda, Cultura de Moda e Arte visitou o Museu Casa da Hera, em Vassouras (RJ). Aproveitando o passeio, pudemos conhecer um pouco mais um capítulo da nossa história: a suntuosidade do período áureo do café. E, além de história, os olhos foram brindados com a beleza e a sofisticação de cada detalhe que vimos.
A casa começou a ser construída em 1837 e no ano de 1843 as famílias Teixeira Leite e Corrêa e Castro mudaram-se para o espaço. Joaquim José Teixeira Leite, grande nome entre os “capitalistas do café”, homem de negócios, casou-se com Ana Esméria Teixeira Leite, vinda de uma importante família de cafeicultores da região. Com o casamento, a casa tornou-se cenário de encontros e festas com muito luxo e sofisticação. Ali nasceram Francisca e Eufrásia, que viveram grande parte de suas vidas na França.
Joaquim José e Ana Esméria |
Eufrásia |
Eufrásia foi símbolo de elegância: sofisticada, independente e inteligente, multiplicou a fortuna dos pais, sem o auxilio de homem algum (o que era bastante incomum na época). Durante muitos anos manteve um relacionamento com Joaquim Nabuco, importante político abolicionista. Alternando períodos no Brasil e na França, vestia-se com o que existia de mais requintado. Na década de 1920, Eufrásia voltou a frequentar a chácara e na ocasião de sua morte (1930), deixou a residência como doação, para tornar-se um museu.
A casa
Pense em papéis de parede. Lindos, coloridos, minuciosamente elaborados. Decorados com as folhas do café, ou com os tons mais rhycos (sic!) de vinho e dourado, eles compõem maravilhosamente o cenário da casa. Os dois salões, em que aconteciam os grandes encontros da época, são maravilhosos. No salão amarelo, um piano de Henri Hertz. Imaginem: só existe mais UM como esse, que está na França. Mobiliário, porcelana, prataria, quadros. Tudo lindo, pura expressão da riqueza que o café gerou, né?
Os salões... |
... e a prataria |
O acervo de indumentária
Agora me diz: nem só de suntuosidade de decoração vive uma família rica, né? Imaginem o acervo de indumentária? Ao todo, são 44 peças. Quatorze delas são de grandes nomes da costura, entre eles Rouff e Worth. Eufrásia não era boba nem nada, NÉ?
Charles Frederick Worth é o pai do que conhecemos hoje como moda. Por volta da segunda metade da década de 1850, ele começou a criar seus modelos, impondo seu gosto pessoal e, o mais importante, assinando seu nome na etiqueta. Parece coisa banal? Pois é, meus caros, mas isso não existia até então. É o surgimento de uma boa jogada de marketing, que cá entre nós, é peça-chave do mercado de moda até hoje. Assim, o costureiro passa a ter o status de um artista. Suas criações seguiam claramente as influências dos estilos Vitoriano e Neobarroco: excesso de ornamento e suntuosidade. Na época, as roupas eram tão maravilhosas que muitas vezes eram deixadas como herança. E imaginem só: quando a coisa apertava, as peças eram queimadas, para retirar os fios de ouro, que a bordavam O.o
Na Casa da Hera, tivemos a chance de ver algumas dessas peças de Worth. Gente, é pra ficar encantado: cada detalhe traz consigo a perfeição. Sapatos, leques, enfeites de cabelo, roupas, tudo com muita renda, veludo, aplicações e bordados. Bordados que nem parecem feitos à mão. Miçangas de vidro e paetês de metal (acreditem!) emprestavam ainda mais beleza.
Fotos: Clecius Campos |
Realmente, nada melhor do que uma viagem, mesmo que curta, pra criar um desvio de ponto de vista, né? Inspiração, conhecimento, beleza. E fôlego novo! ;)
Lindo demais! A riqueza de detalhes impressiona mesmo. Fora a casa maravilhosa, esses sapatinhos lindos, dá vontade de usar! rs! Tá de parabéns pelo post, adorei! Uma viagem no tempo, na moda e na beleza ;D
ResponderExcluirEi, Márcia!
ResponderExcluirPois é, lá é tudo lindo mesmo! E aí a gente pode começar até uma discussão sobre conservação, né? Cada vez mais a gente percebe como é importante que o governo apoie e dê mais incentivo para que iniciativas como essa sejam bem sucedidas. Afinal, não é nada fácil manter peças feitas há tanto tempo e elas são fundamentais pra que a gente conheça nossa própria história ;)
beijos!
que post lindo
ResponderExcluirnossa eu amo visitar museus e acho incrível poder ver um pouco de como as coisas eram antigamente, moda, cultura, política, economia.. é mt bom ter este contato
sinceramente não conhecia este museu de Vassouras e já está na minha lista para futuras visitas..casa linda, decoração maravilhosa...mt riqueza haha
beijos!