Se moda é design, criatividade e mensagem, nada melhor do que conhecer o
trabalho – sempre crítico – de Banksy.
Ele ficou conhecido por sua street art, mas na realidade, é o anônimo mais famoso que existe. Seu graffiti está espalhado por Bristol, na Inglaterra, e em várias outras cidades pelo mundo. Sob o pseudônimo de Banksy, o artista mantém sua identidade guardada a sete chaves. Talvez seja justamente para continuar espalhando pelos muros, tapumes, construções ou seja lá o que for, o seu alto teor satírico.
O vândalo mais criativo?
Uma arte irônica e polêmica, que lança críticas para todos os lados: política, autoridades, costumes, cultura. O graffiti e o estêncil de Banksy servem para dar vida aos seus questionamentos. Além disso, um buraco, um poste ou uma construção abandonada tornam-se cenários perfeitos para a adaptação de suas criações. Verdadeira guerrilha artística. Pode ser em Bristol, Berlim ou em um museu. Ser convencional para quê?
(via Banksy.co.uk) |
(via Banksy.co.uk) |
Na faixa de Gaza (via Banksy.co.uk) |
Para se ter uma ideia, mesmo sob ameaça de morte, grafitou o muro que separa israelenses de palestinos, na Faixa de Gaza.
Elevado ao padrão de arte
Vestindo disfarces, ele tem colocado suas pinturas nas paredes dos principais museus. Em 2009, Banksy expôs seu trabalho em um museu em Bristol. As filas para a entrada eram imensas! Tal fato já mostra que de simplesmente “subversivo”, ele passou a ser considerado um artista. A Sotheby de Londres vendeu um quadro de Banksy por 80 mil euros. Christina Aguilera e Angelina Jolie já investiram nas obras: 25 mil euros, a primeira, e 500 mil dólares a segunda.
E se é para transgredir, não dá para esquecer de Paris Hilton. Também lembrou dela? Pois é, Banksy foi o responsável pela arte do álbum musical fictício da socialite, em que ela era representada metade por um figura humana e a outra metade, canina. õ.ó
Onde fica a saída?
Exit Through the Gift Shop (em tradução livre, algo como ‘A saída é pela loja de souvenirs’) é o documentário sobre o tênue limiar de Banksy entre anonimato e celebridade. O filme é fruto da época em que o artista visitou a Califórnia e conheceu Thierry Guetta, que se tornou seu vigia, cúmplice e biógrafo. Sem muitos diálogos, retrata a vida de um artista de rua, chamado Brainwash, sapateando entre a ilegalidade e a fama. Não se sabe ao certo se o filme é ficcional ou documental. O fato é que o documentário introduz algumas questões sobre o significado e o real valor da arte. Seria algo intrinsecamente ligado às galerias de arte? Ou estaria nos olhos do espectador?
(Atenção à “brincadeira” com a Paramount!)
Mesmo que no documentário a voz esteja distorcida e a imagem não revele seu rosto, a arte de pregar peças transcende em seu discurso e o consagra como um importante ícone do mundo artístico.
Para usar as referências
O “estilo banksy” tem adeptos em todo o mundo. Ajudando a espalhar suas mensagens, pessoas dos quatro cantos compartilham camisetas, bolsas, acessórios e até tatuagens inspiradas no artista. Bora se inspirar também?
Via Banksy T-shirts
Um semelhante, no mundo fashion
O artista plástico asiático conhecido como Zevs usou claramente a influência de Banksy. Em 2009, Zevs foi preso ao ser flagrado pintando um de seus trabalhos na fachada da loja de Giorgio Armani, em Hong Kong. Ele contou que sua motivação foi “chamar atenção para a guerra de marcas”.
Também transgressor, ele gostava de fazer intervenções em outdoors usando spray vermelho para “assassinar” modelos ou para escrever frases. Mas seu trabalho mais notável foi justamente o “Liquidated Logo”, em que ele desloca os significados de símbolos de grande força visual: é como se as logomarcas de Louis Vuitton, Nike, Lacoste, YSL estivessem derretendo. O trabalho ganhou exposição no museu Ny Carlsberg Glyptotek, na Dinamarca, ao lado de obras de Manet e Rodin. Curtiu?
As intervenções de Banksy nos levam exatamente ao ponto em que a arte deve levar: a reflexão. Se é bonito ou até mesmo se é adequado, não importa tanto. O que vale é a mensagem, é o estímulo ao pensamento. Abra os olhos. Afinal, “there is always hope”.
E se você gosta de reparar nas mensagens espalhadas pelas ruas, uma outra dica é: olhe os muros! (MTO bom esse Tumblr!)
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